Conta a história oficial que se nos dá nos nossos centros de estudo que a América foi descoberta por Cristovo Colombo um 12 de outubro do ano de 1492; pelo menos a história oficial do estado espanhol. Em países como Islândia, Dinamarca, Suécia ou Noruega estuda-se nas aulas que lá pelo ano 1000 Erik Thorvaldsson, um chefe viquingue chegou desde Islândia a terra de Gronelândia e o atual Canadá ao que denominou Vinland, quer dizer, Terra das Vinhas.
Sabemos que os viquingues, grandes navegadores elaboraram cartas de navegaçom com as costas norteamericanas desenhadas em pergaminhos de couro que sem qualquer dúvida passaram à posteridade de mans a mans de grandes marinheiros conhecedores da existência dessas terras do sol-pôr. Nom se explica doutra forma que haja mapas como o do semita Piri Reis conservado no Museu Topkapi de Estambul e feito a começos do século XV, mesmo muito antes do nascimento do descobridor oficial da América para a historiografia do estado espanhol: Colombo. É curioso também que estas evidências de mapas que apresentam as costas orientais da América antes de Colombo sejam apresentadas como as notícias típicas de programas como “Quarto Milénio” do Íker Jiménez ou similares, parecendo que nom há explicaçom racional para semelhantes mistérios e metendo-as na saca dos X-Files para que ninguém acredite nelas em vez de dar-lhes um tratamento inteligente, científico e respeitoso nas Universidades e nos Liceus.
Foi após a chegada dos chamados Reis Católicos à Corte castela, após a derrota da Joana de Trastâmara (“a Excelente Senhora” para a historiografia galeguista, e “La beltraneja” para os historiadores castela-espanholistas), quando os portucalenses viram fechadas as suas fronteiras pela Monarquia Hispânica, e decidem continuar por mar o rumo começado havia já umas décadas para poder fazer do Reino de Portugal um Estado viável sem cair nas mans da ambiciosa e imperialista Castela daquele tempo. África foi a saída natural para estas exploraçons, pois penetrar no Atlântico tenebroso cheio de lendas, também era uma saída possível, e muito mais se conheciam a tradiçom secular iniciada por aquele Erik Thorvaldsson, o Ruivo e o seu filho Leif Erikson, continuada da mam de posteriores navegantes medievais romanos e padanos, semitas de turquia e outros, até chegarem aos povos marinheiros do ocidente atlântico como neste caso é o Reino de Portugal.
Há muitas notícias das navegaçons rumo ocidente favorecidas pela coroa portuguesa que as olhava como investimentos de futuro premiando os servidores esforçados por aquelas rotas longínquas e inexploradas, como os da família dos Corte Real dos que se sabe tinham terras e possessons no atual Canada por volta dos finais do século XV.
Temos referência de expediçons nos anos 40 do século XV; fala-se que o Diogo de Teive, navegante e descobridor dalguma das Ilhas atlânticas do Reino Português dos Açores chegou até terras americanas por volta do ano 1452; também da expediçom nos anos 60 do próprio Diogo juntamente com o seu irmam João de Teive, os quais exploraram as partes mais orientais do Norte da América. Nessa situaçom, está também a descoberta da “Terra Nova dos Bacalhaus”, ou “Terra Nova dos Corte Real” como era denominada nesta altura histórica a atual Terra Nova canadiana.
Em 1471 ou 1472 os navegadores João Vaz Corte Real e Álvaro Martins Homem chegaram ao actual Canadá, numha expediçom conjunta Portugal-Dinamarquesa efetuada a pedido de D. Afonso V. Tal é assim que mesmo no Canadá é de ensino comum aos alunos de história isto que estou a escrever, sendo de importância grande para o estudo da história do país americano que ergueu umha estatua a um dos Corte-Real, ao Gaspar Corte-Real, em Ottawa em 1999 como fito comemorativo daqueles eventos. Assim mesmo, sendo expediçons nas que colaboravam com o Reino de Portugal, experimentados marinheiros dinamarqueses descendentes daqueles viquingues que chegaram a Vinland é fácil acreditar nas expediçons pré-colombinas bem sucedidas para qualquer historiador nom castelanista. Para eles nom som X-Files.
É interessante, mesmamente, reparar no nome galego que se lhe dá à Terra Nova, nom em latim como se nos tem dito, já que originariamente era como temos comentado acima: “Terra Nova dos Bacalhaus”. Já naquela altura o Reino de Portugal ia pescar os bacalhaus àquelas terras e ainda hoje a procedência deste peixe tam típico na sua culinária é das zonas orientais do Canadá, nomeadamente a Terra Nova.
Pêro de Barcelos e João Fernandes Lavrador partiram em 1491 também rumo ao actual Canadá, um ano antes do que Cristovo Colombo “descobrira” as Ilhas das Caraíbas. Foi o segundo dos expedicionários quem lhe pus o nome de Península de Lavrador ao grande território onde está assente o actual Quebeque. É por isso pelo que muitos historiadores suspeitam que o Cristovo Colombo já sabia da existência destas terras muito antes de ele falar com a Isabel de Trastâmara, a Rainha Católica. O facto de lhe pedir em propriedade as terras descobertas por ele numha das expediçons dando a entender que o queria tudo –foi por isso que nom aceitou o Rei Português- é o que nos faz acreditar que ele sabia que lá havia terras e muitas riquezas. A segurança que manifestou em todo o momento de que ia achar territórios nom conhecidos pela gente do Reino de Castilla; os muitos segredos que tinha o Colombo aos olhos dos próprios castelans e o ter vivido muitos anos antes no Reino de Portugal fazem acreditar na ideia de que estava bem informado do que haveria para além do Atlântico. Só a historiografia do estado espanhol faz que nom sabe e que nom percebe que antes tinha havido muitos movimentos de europeus ao redor da América. Tudo para terem o falso prestígio de serem eles os primeiros.
Com tudo isto quero dizer que a História sempre é umha narraçom que cada um interpreta segundo o seu jeito e os seus interesses, daí o dito famoso de que “Cada um fala da feira segundo lhe vai nela” mas no caso da mal chamada descoberta da América é muito evidente a mentira histórica na que nos meteu a historiografia do estado espanhol que nom explode porque está sustentada por um poder político que é o mesmo que sustenta a ideia que dá razom de ser ao próprio Estado com a identidade "una" e "unificadora" que o carateriza, deixando para o mistério elementos que as historiografias de outros países recolhem como elementos de estudo e de transmissom totalmente fidedignos e válidos.
A historiografia do estado espanhol é das mais irreais, mitologizadas e manipuladas de Ocidente, depois da do III Reich contada polos vencedores logicamente. O problema é que esta narraçom dos factos está tam assumida pelos cidadans do comum que aceitam sem a mais mínima crítica aquilo que se lhes ensina nos liceus e nas Universidades do Estado Espanhol, que mesmo insinuar simplicidades que contradizem a doutrina oficial e facilmente demonstráveis como por exemplo o protagonismo do Reino da Gallaecia durante a Idade Média, a identidade linguística galega ou a chegada dos europeus à América, é motivo de excomunhom inteletual e de perseguiçom feroz.
Som estes assuntos de muita controvérsia já que som estas cousas as que lhe dam sustento a ideia da "España Profunda" e castelã centralista e única. Sem essas usurpaçons científicas, o Estado Espanhol que se nos vende, de língua castelã para todos, de touros, do Cid e Don Pelayo, de flamenco e mouraria, de Castela a grande, de encontro de culturas e da sorte que tiveram os americanos porque lhe levaram o catolicismo, nom seria mais do que umha autêntica caricatura de si própria. Só no momento em que os poderes políticos mais carpeto-vetónicos e nacional-católicos deixem de ter a influência que têm será que a gente possa conhecer as mesmas cousas que se conhecem em outros lares da Europa civilizada. Esse dia, esse modelo do Estado Espanhol tal qual a conhecemos hoje vai deixar de existir para bem de todos nós os Hispânicos de bem, dentro e fora da península.
Ainda assim, há que deixar claro que os mesmos "ameríndios" nom som nativos americanos como erroneamente se lhes chama, senom que éstes chegarom desde Mongólia e o que hoje conhecemos como China faze mais de mil anos, de aí os seus rasgos, suspeitava-se antes e demostrou-se cumha analise de ADN, polo que nem o Imperio Hispânico nem os Viquingues, os primeiros forom os asiáticos.
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